“Prendas no sapatinho” dos Biólogos Portugueses
A época natalícia propicia a avaliação e o balanço do trabalho realizado, mas também das expectativas para o novo ano que se avizinha.
Assim, é o momento mais oportuno para darmos conta de algum do trabalho que tem sido desenvolvido, e acima de tudo para reivindicarmos algumas das medidas pelas quais nos temos vindo a bater na dignificação e reconhecimento da profissão.
Na área da Saúde, cansados de esperar pela revisão da Carreira de Técnicos Superiores de Saúde, estagnada e dia-a-dia mais esvaziada de especialidades, os Biólogos especialistas em Biologia Humana e Saúde decidiram reivindicar a criação de uma carreira própria, que agregue os profissionais da área da Biologia a trabalhar nesta área – a carreira de Biólogo Clínico.
Foi já dado conhecimento desta exigência às entidades que tutelam a Saúde, e esperamos em 2022 contar com o apoio de todos Vós neste desiderato.
A dignificação da carreira, bem como a dignificação e reconhecimento dos nossos colegas que exercem funções na área técnica e científica nas diversas instituições ligadas à saúde, publicas e privadas – hospitais, centros de reprodução humana, laboratórios de análises clínicas, laboratórios de genética humana, centros de investigação, etc. – a par dos utentes e todos os cidadãos que dependem dos seus serviços, merecem o empenho de todos nós.
Na esfera ambiental, em 2022 iremos continuar a pugnar pela valorização dos Recursos Naturais e da Biodiversidade, como o único caminho para atingir os objetivos do desenvolvimento sustentável, das metas da descarbonização e do combate às alterações climáticas. Quem considera que o Clima é, por si só e em si mesmo, o desiderato da luta ambiental dos próximos anos, está verdadeira e irreparavelmente equivocado. Num país com as potencialidades e o capital natural como o que Portugal possui, não ter uma estratégia e uma visão de futuro que integre a conservação e a biodiversidade, é hipotecar o futuro de todos.
A Ordem dos Biólogos reclama, de há muito, uma Lei do Património Natural, que vincule e uniformize as políticas públicas (e os privados) nesta matéria, que coloque os recursos naturais, as áreas protegidas e classificadas e a biodiversidade no centro da agenda política e mediática. Que aproveite e potencie “este desígnio” nacional e trave a destruição de habitats e a perda de biodiversidade, no meio terrestre e marinho.
Também no domínio da educação iremos pugnar para que 2022 reabra a discussão sobre os curricula e os conteúdos programáticos. O Ensino da Biologia estagnou em Portugal, e deixou de acompanhar a evolução e o conhecimento científico nos mais variados domínios.
E assim, vai já longa a lista de prendas no sapatinho…
Mas a maior prenda de toda, nesta quadra, deverá ser mesmo PAZ e SAÙDE no sapato de cada um de vós!
O Conselho Diretivo da Ordem dos Biólogos