Mensagem do Bastonário

Caros colegas,

Vivemos dias marcados pela incerteza. Não sabemos quando vão recomeçar as aulas presenciais dos nossos estudantes, quando poderemos regressar aos nossos laboratórios de investigação, às saídas de campo, aos museus, às empresas de biotecnologia, aos centros de pesquisa, às redações de jornais e a todos os locais onde trabalhamos.

Mas sabemos onde estão presentemente muitos biólogos: nos laboratórios de análise de SARS-CoV-2 ou de análises epidemiológicas, atrás de computadores a modelarem cenários da pandemia, a prepararem candidaturas a financiamento de projetos de investigação, em Laboratórios de Estado relacionados com a Saúde e Agricultura e em tantos outros locais distintos onde asseguram a manutenção e o bem-estar de plantas e animais, como centros de aquacultura e unidades de produção de alimentos, garantindo que todos possamos ter disponíveis meios de subsistência, sem falhas.

Mas muitos biólogos estão já hoje a preparar a pós-pandemia. A avaliar o impacto que esta crise terá seguramente no Ambiente e como podemos tirar ilações e ensinamentos deste período único na nossa história recente. Como será a nova normalidade? O que deveremos alterar e o que podemos melhorar nas nossas formas de trabalho e de produção?

De uma coisa estamos certos: a realidade actual mostrou como os biólogos estão a ser essenciais para superar esta crise e continuarão a ser essenciais amanhã para nos concentrarmos na construção de uma sociedade mais preparada para lidar com a adversidade, respeitando esta inter-relação entre todos os seres vivos e o ambiente que nos mostrou quanto dela dependemos.

A todos os colegas, pela sua resiliência nesta fase complicada, deixo o reconhecimento da Ordem dos Biólogos. Mas sobretudo, a certeza de que a sociedade também nos reconhecerá.

Mantenham-se seguros.

José Matos