Na passada semana, dia 13, no Jornal do Dia da SIC Noticias, o Jornalista Ricardo Costa teceu considerações desprestigiantes para a Ordem dos Biólogos, ao referir que existem Ordens bizarras, entre elas a dos Biólogos, a propósito da tomada de posição do Bastonário da Ordem dos Médicos no processo designado por “caso das gémeas”.
De imediato, naquele mesmo dia, a Bastonária enviou uma mensagem ao Jornalista em causa classificando como desrespeito e abusivo a alusão que fez aos Biólogos, numa notícia que não os visava, e exigindo maior cuidado e respeito em situações futuras. Na troca de mensagens que se seguiu concluímos que o ataque não foi especificamente dirigido à Ordem dos Biólogos, mas às Ordens em geral e à necessidade de regulamentação e certificação profissional. Isso, não obstante o exercício profissional de jornalista, qualquer que seja a área, o vínculo, a frequência ou a remuneração, carecer de carteira profissional, o que torna este tipo de argumentação em si mesma bastante discutível.
Há um grande caminho e um grande debate a fazer na sociedade portuguesa nesta matéria: a assunção de que uma licenciatura ou outro grau académico, em si mesmo, confere competências profissionais, fundamentalmente num mundo cada dia mais exigente e em áreas profissionais dispares e de grande complexidade técnica e científica; a importância da regulamentação e reconhecimento das competências profissionais, e a importância de ser detentor de uma cédula profissional que, a par com certificados académicos, constitua uma condição para o exercício da profissão.
Não discutimos corporativismo. Não discutimos exclusividade. Discutimos procura da competência, rigor e código deontológico, e validação desses requisitos para o exercício dos Atos da Profissão de Biólogo.
Apelamos a todos que exerçam o seu direito e dever à indignação: reajam, comentem, reportem situações como a descrita acima. Não nos deixemos intimidar! A desinformação sobre a atividade e a relevância do trabalho dos Biólogos é transversal a todas as áreas da sociedade. Dos políticos, às Instituições publicas, aos cidadãos a título individual, o desconhecimento é constante. Cumpre-nos a todos inverter esta situação!
Conselho Diretivo da Ordem dos Biólogos
21-12-2023